HAVANA (Reuters) - Fidel Castro é lembrado ao redor do mundo como um revolucionário carismático ou um tirano implacável, mas, em seu bairro, ele também era um amigável idoso que usou sua influência para construir um campo de futebol para crianças duas semanas antes de sua morte.
Castro, que liderou a revolução de 1959 de Cuba e que por cinco décadas desafiou os esforços dos Estados Unidos para derrubá-lo, morreu em 25 de novembro, aos 90 anos, uma década depois de ceder o poder para seu irmão Raúl Castro.
Castro vivia na região oeste de Havana, em um grande complexo escondido por árvores e vizinho a um típico bairro cubano chamado Jaimanitas.
No local, carroças puxadas por cavalos passam ocasionalmente e pessoas socializam no lado de fora de um estabelecimento que fornece produtos básicos do cartão de racionamento do governo. As casas modestas estão um pouco desgastadas.
Um dos últimos atos de Castro foi ordenar a construção de um campo de futebol para os jovens em Jaimanitas, onde ele regularmente parava seu carro para conversar com as pessoas, de acordo com os moradores.
Na superfície, o apoio a Castro parecia particularmente forte em Jaimanitas, onde duas mulheres que conversaram com a Reuters foram às lágrimas ao serem questionadas sobre ele uma semana depois de sua morte. Em 9 de novembro, Castro parou seu carro no bairro para cumprimentar crianças jogando futebol nas ruas, de acordo com vários moradores que falaram separadamente.
Funcionários do Ministério do Interior anteciparam o fim da visita da Reuters ao bairro, dizendo que a área estava fora dos limites para jornalistas, mas não antes de moradores expressarem seu apreço por "El Comandante".
"E, de repente, estava feito", disse a aposentada Miriam LaValle, 62, sobre a construção do campo de futebol. "Ele manteve sua palavra."
(Por Daniel Trotta)